Investigação aponta que criminosos do Complexo de Israel eram treinados para derrubar aeronaves da polícia

Segundo secretário de Polícia Civil, equipes de criminosos ficavam protegidas em pontos da comunidade, cobertas por muros de concreto, em posições privilegiadas. Um criminoso foi preso com um fuzil. Polícia encontra 'base' armada de bandidos no Complexo de Israel
Uma investigação da Polícia Civil descobriu indícios que um grupo de criminosos na região denominada de Complexo de Israel era treinado com armas pesadas e com o objetivo de derrubar aeronaves da polícia. Um dos integrantes desse grupo, segundo a polícia, foi preso na operação.
"Essas equipes ficavam protegidas em pontos da comunidade, cobertas por muros de concreto, em posições privilegiadas, com seteiras e podendo atirar com segurança nas nossas aeronaves", afirmou o secretário Felipe Curi durante uma entrevista coletiva no início da tarde desta terça-feira.
Secretário de Polícia Civil detalha operação no Complexo de Israel
Um outro núcleo, segundo as investigações, organizava protestos com queima de ônibus para atrapalhar o trabalho dos agentes.
Sem antecedentes como alvo
O secretário da Polícia Civil, o delegado Felipe Curi, afirmou na manhã desta terça-feira (10) que a operação no Complexo de Israel mira bandidos sem antecedentes criminais e que tinham uma forte atuação dentro do Terceiro Comando Puro.
Mais de 40 criminosos — que atuam nas comunidades de Vigário Geral, Parada de Lucas e Cidade Alta, além das secundárias Pica-Pau e Cinco Bocas — são alvos de uma grande operação policial. Às 10h30, 14 pessoas haviam sido presas.
Por precaução, a Avenida Brasil e a Linha Vermelha foram fechadas por volta das 6h30, o que travou o trânsito na Zona Norte do Rio de Janeiro. Em consequência, o Centro de Operações e Resiliência (COR) colocou a cidade no Estágio 2, de uma escala de 5 — o que indica a possibilidade de impactos na rotina do cidadão.
De acordo com Curi, dezenas de traficantes ‘passavam despercebidos da sociedade e da atuação da polícia’ no Complexo de Israel. Além desses bandidos, a Civil tenta prender Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão, um dos chefes do Terceiro Comando Puro (TCP).
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Operação no Complexo de Israel, na Zona Norte do Rio
Arte g1
“Estamos lá para cumprir dezenas de mandados contra narcotraficantes que atuam nessas comunidades. Vários deles que passavam despercebidos da sociedade e da atuação da polícia, já que não ostentavam anotações criminais, mas que tinha intensa participação, foram identificados por essa investigação”, disse o secretário.
Segundo a polícia, a ação desta terça é resultado de 7 meses de investigações, que culminaram na identificação desses traficantes.
“Essa operação tira do anonimato pessoas que se passavam por trabalhadores, estudantes, jovens, que caso fossem alvejados ou capturados poderiam falar que não eram bandidos. Importante trabalho que identifica e tira essas pessoas do anonimato”, salientou.
Curi destacou ainda que essa é “uma ação que causa transtornos, mas que é importante” para retirar das ruas “narcoterroristas que atiram contra pessoas inocentes”.
“Por questão de segurança, optamos por fechar essas vias. Eles usam tática de guerrilha, terrorista, de atirar em pessoas inocentes”, salientou o secretário da Polícia Civil.
De acordo com a polícia, o TCP impõe seu domínio com o uso de barricadas, drones para monitoramento das forças de segurança, toque de recolher e monopólio de serviços públicos, além de promover intolerância religiosa.
A polícia descobriu um grupo que organizava “protestos” com a queima de ônibus para obstruir o trabalho policial. Outro núcleo se especializou no abate de aeronaves policiais, composto por criminosos com armamento pesado e treinamento específico.
Avenida Brasil é fechada por causa de operação policial na altura da Penha, na Zona Norte do Rio
Reprodução/ TV Globo
Polícia Civil faz operação na Cidade Alta na manhã desta terça-feira (10)
Reprodução / TV Globo
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